Curso de Regência debate método musical formado por sinais corporais

Especialista em Soundpainting, o flautista Bruno Faria vai falar sobre as potencialidades desta ferramenta aos alunos do Curso Online de Introdução à Regência, no próximo sábado (04), das 13h às 17h, pela plataforma Zoom

Criado pelo compositor nova-iorquino Walter Thompson nos anos 1970, o método Soundpainting corresponde a uma língua de sinais composta por mais de 1500 gestos que são utilizados pelo líder do grupo para orientar e desenvolver a expressividade dos integrantes de uma orquestra. Os especialistas nesta ferramenta são chamados de soundpainters e se destacam pela forma inovadora de conduzir as formações musicais. É o caso do flautista mineiro Bruno Faria. Pioneiro na formação de orquestras de Soundpainting no Brasil, o professor vai falar sobre as possibilidades proporcionadas por este método aos alunos do Curso Online de Introdução à Regência, no próximo sábado (04), das 13h às 17h, por meio da Plataforma Zoom.

A aula terá transmissão online para 330 alunos de 24 Estados brasileiros, selecionados em Edital lançado no site da Estação Conhecimento de Serra. Considerando-se os alunos de docentes matriculados, indiretamente a formação vai contemplar cerca de 6,5 mil estudantes em todo o Brasil.

Iniciativa do Instituto Cultural Vale, o Curso Online de Introdução à Regência integra o Programa Vale Música e é destinado a estudantes de música, professores, músicos, regentes de bandas, orquestras, corais e grupos de jazz, entre outras formações musicais. Todas as atividades são desenvolvidas de forma remota, com a participação de regentes e musicistas de projeção internacional.

Currículo

Bruno Faria é doutor em música pela Lund University (Suécia, 2016), mestre em Música pela The University of Iowa (EUA, 2005) e bacharel em música pela Universidade do Estado de Minas Gerais (2003). Durante os anos de formação acadêmica, atuou em vários tipos de grupos musicais no Brasil, Estados Unidos e Europa, incluindo a Banda Sinfônica da UFMG, o grupo de música contemporânea (Center for New Music) da Universidade de Iowa e o Gamut Sounpainting Ensenble. Com este último participou, em 2004, da montagem do espetáculo “Columbus – A Soundpainting Opera”, dirigido pelo criador da linguagem de sinais para improvisação, Walter Thompson.

No Brasil, trabalhou como flautista/flautinista da Orquestra Filarmônica do Espírito Santo de 2006 a 2009, como professor de flauta e coordenador do quinteto de sopros dos professores na Faculdade de Música do Espírito Santo, em 2007 e 2008. Neste período formou, em Vitória (ES), a Orquestra Brasileira de Soundpainting, primeiro grupo a utilizar a linguagem de sinais para improvisação na América Latina. Entre 2009 e 2011 foi professor de flauta e música de câmara na Universidade Federal de Juiz de Fora. 

Nos últimos anos, Bruno Faria vem desenvolvendo um trabalho de pesquisa que busca renovar o ensino da flauta transversa e da música em geral; paralelamente, ministra oficinas de Soundpainting  em festivais nacionais e internacionais. Sua pesquisa de doutorado na Lund University (2011 / 2016) foi toda focada em maneiras diversas de utilizar o método soundpainting, artisticamente e pedagogicamente.

Na entrevista a seguir, o professor fala sobre o conteúdo de sua palestra aos alunos do Curso Online de Introdução à Regência e aponta a importância do método SoundPainting para a atuação e desenvolvimento de bandas sinfônicas e orquestras.

Sua palestra tem como tema “Soundpainting: dando um novo corpo à expressão musical através da amálgama improvisação-composição-regência”. De que forma pretende transmitir este conhecimento aos participantes do Curso e quais os tópicos da sua aula-palestra?

A palestra tem como objetivo introduzir uma maneira peculiar de pensar e fazer música, uma forma de trabalhar simultaneamente a expressividade e a criatividade através de sinais corporais, ao invés da notação musical e dos gestos convencionais de regência. Para passar este conhecimento adiante pretendo mesclar o formato de palestra com atividades práticas. Nos momentos de palestra contextualizo o método Soundpainting e refiro-me a experiências próprias nos campos artísticos, da educação e da pesquisa. Através de vídeos e momentos de interação com os participantes pretendo criar um espaço no qual os mesmos possam experimentar como o método Soundpainting funciona. O método é bastante abrangente e pode ser utilizado de diversas formas. Alguns dos tópicos são fundamentos musicais, construção da expressão musical, interação e colaboração e desenvolvimento da criatividade.

O Sr. formou em Vitória (ES) a Orquestra Brasileira de Soundpainting, primeiro grupo musical da América Latina a utilizar a linguagem de sinais para improvisação em concertos. Este grupo continua em atividade? 

Este grupo pioneiro não está mais ativo, infelizmente. Enquanto esteve foi um período muito produtivo, uma vez que contava com participantes da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (então Orquestra Filarmônica) e com professores e alunos da Faculdade de Música do Espírito Santo. Desde que começamos este trabalho em Vitória, em 2007, houve uma expansão no uso do método Soundpainting no Brasil. Hoje em dia existem grupos em Minas Gerais, Rio de Janeiro e na Bahia, por exemplo.

Por que é importante para os futuros regentes assimilar o Soundpainting como técnica de regência de bandas sinfônicas e orquestras?

A música está em constante processo de evolução. É importante para os futuros regentes acumularem conhecimentos de diversos tipos e terem contato com ferramentas que tornem possível tanto um aprofundamento musical quanto uma constante reciclagem musical. O método Soundpainting é uma dessas ferramentas que possibilita repensar vários aspectos do fazer musical como, por exemplo, a compreensão sobre fundamentos da expressão musical, o contínuo desenvolvimento da criatividade, o aprofundamento da capacidade de estar presente no momento do fazer musical e o aspecto da comunicação não-verbal, que é fundamental em qualquer contexto musical. 

O Curso

O Curso Online de Introdução à Regência tem coordenação do Projeto Vale Música ES e o patrocínio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério do Turismo. A formação terá um total de 200 horas, sendo 120 horas síncronas, por meio da plataforma de videochamada Zoom, e 80 horas assíncronas, com atividades preestabelecidas no AVA – Google Classroom. 

Para a gerente do Instituto Cultural Vale, Christiana Saldanha, o Curso Online de Introdução à Regência está em consonância com a estrutura pedagógica do Programa Vale Música e com o papel da instituição no processo de democratização do acesso à cultura e do fomento da arte. “Desde 2019, quando foi criado, o Programa Vale Música está em constante evolução. O curso de Regência do Vale Música, modalidade inédita no Programa, se junta a outras categorias de formação para possibilitar novas possibilidades aos músicos, reflexo de nossa busca incessante pelo aperfeiçoamento”, destaca Saldanha.

SOBRE O INSTITUTO CULTURAL VALE:

O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa. Em 2021, são mais de 150 projetos criados, apoiados ou patrocinados em 24 estados e no Distrito Federal. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), C entro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Visite o site do Instituto Cultural Vale para saber mais sobre sua atuação: www.institutoculturalvale.org.

SOBRE O PROGRAMA VALE MÚSICA:

Desde o início dos anos 2000 a Vale cria oportunidades para estudantes participarem de formações musicais e desenvolverem seus talentos nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul. Em 2019, a empresa criou o Programa Vale Música, uma rede colaborativa de ensino e aprendizagem composta pelos projetos musicais dos quatro estados e as maiores orquestras do país. Ao todo, a rede envolve mais de 240 profissionais e mais de 1.000 estudantes. São parceiras do Programa Vale Música a Orquestra Sinfônica Brasileira, a Orquestra Ouro Preto, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, a Nova Orquestra e a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, patrocinadas pelo Instituto Cultural Vale por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

SOBRE O PROJETO VALE MÚSICA ES:  

Iniciativa do Instituto Cultural Vale, o Projeto Vale Música ES atende 200 alunos, de 07 a 29 anos, na Estação Conhecimento de Serra, em Cidade Continental, e 70 alunos, de 07 a 11 anos, no Núcleo do Vale Música no Parque Botânico Vale, em Vitória. O projeto conta com diversos grupos artísticos como a Orquestra Jovem Vale Música, a Camerata Jovem Vale Música, a Vale Música Jazz Band, a Banda Sinfônica Vale Música, o Coral Infantil Vale Música e o Coral Jovem Vale Música, que se apresentam em eventos na Grande Vitória e demais regiões do país. Durante o período da pandemia do novo coronavírus todas as atividades estão sendo desenvolvidas de forma remota.

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