Coral Jovem Vale Música revisita a Tropicália em concerto gratuito no Teatro da Ufes

Apresentação vai acontecer nesta quarta, 25 de outubro, no Teatro Universitário, com regência de Max Michel Alves e homenagens a ícones do Tropicalismo. Foto: Fábio Prieto  

Quais são as maneiras possíveis de ser tropicalista em 2023? Foi a partir dessa ideia que o regente Max Michel Alves dedicou-se à elaboração do conteúdo do concerto “Tropicália”, que será apresentado pelo Coral Jovem Vale Música nesta quarta-feira, 25 de outubro, às 19h30, no Teatro Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória. As entradas são gratuitas e podem ser retiradas na bilheteria do teatro uma hora antes do início do espetáculo.

O concerto tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura.

Formado por 25 cantores de 15 a 24 anos, o Coral Jovem Vale Música vai revisitar o movimento capitaneado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, tendo como fio condutor as canções do lendário álbum “Panis et Circensis”, de 1968. O roteiro incluirá homenagens a Rita Lee, Zé Celso Martinez Corrêa e Gal Costa, ícones do movimento que faleceram nos últimos meses.

Entre os convidados estão a atriz Natalia Cortelette, que vai recitar poemas inspirados no Tropicalismo, além dos coristas Pedro Malta, Emyr Apolônio e Pedro Henrique Miranda.
Preparação
Para elaborar este projeto, o regente Max Michel Alves dividiu o coral em grupos de trabalho com foco nos movimentos culturais dos anos 1950 e 1960, que antecederam o Tropicalismo, incluindo literatura, cinema, moda, artes visuais e, por fim, a música. A pesquisa incluiu uma palestra do professor do curso de Música da Ufes, Marcus Neves, pautada na influência do conceito de Antropofagia Cultural do escritor Oswald de Andrade (1890-1954) sobre o movimento tropicalista.
Segundo este estudo, o Brasil “devora” elementos da cultura estrangeira para devolvê-los ao mundo à sua maneira, partindo da ideia de um país miscigenado culturalmente. “Dentro dessa pesquisa passamos por nomes fundamentais que inspiraram a Tropicália, como o artista plástico Helio Oiticica, o cineasta Glauber Rocha, o escritor Oswald de Andrade e os poetas Augusto e Haroldo de Campos, além, é claro, da escola baiana de Caetano, Gil, Gal, Tom Zé, os poetas Capinam, Torquato Neto e Os Mutantes. Foi um processo extremamente rico para os alunos conhecerem esse movimento tão importante para a música brasileira”, comenta Max.
Proposta cênica
Em sintonia com a diversidade de linguagens da Tropicália, o espetáculo vai conciliar a música com uma proposta cênica inédita, chamada pelo regente de “protótipo” de musical, uma vez que reúne elementos de musical, ópera e concerto coral. “É um espetáculo cênico que aglutina todas essas formas, bem no estilo tropicalista de ser”, define o regente.
O repertório do álbum “Panis Et Circensis”, considerado a pedra fundamental da Tropicália, será acrescido de uma composição experimental de Igor Cowosque, ex-aluno do Vale Música, em homenagem a “Lindonéia”, uma das faixas do álbum. Entre as canções previstas estão “Parque Industrial”, de Tom Zé, “Geleia Geral”, de Gilberto Gil e Torquato Neto, e “Baby”, de Caetano Veloso.
Coro Jovem Vale Música
Em atividade desde 2013, o Coral Jovem Vale Música realizou concertos memoráveis com Milton Nascimento, em 2013; a homenagem aos 70 anos de Ivan Lins, em 2015; e a apresentação em comemoração aos 80 anos de Roberto Menescal, em 2016.
Os alunos do Coral Jovem Vale Música também soltaram a voz no Festival Internacional de Corais, em Belo Horizonte, e nas homenagens a Rita Lee e Raul Seixas. Seu repertório contempla música erudita para coro, à capela e arranjos de música popular a quatro ou mais vozes, com uma proposta cênica que une as artes da música, teatro e dança.
No espetáculo “Tropicália”, o grupo vai contar com o acompanhamento de uma banda e de um naipe de cordas formado por alunos do Projeto Vale Música Espírito Santo. “O público pode esperar por um espetáculo com muita música, múltiplas linguagens e recursos cênicos”, destaca o regente Max Michel Alves. 

  • PROGRAME-SE:

Concerto Tropicália
Com o Coral Jovem Vale Música
Regência: Max Michel Alves
Data: 25 de outubro (quarta-feira)
Horário: 19h30
Local: Teatro Universitário da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)  – Av. Fernando Ferrari, 514 – Goiabeiras, Vitória – ES, 29075-910
Entrada: gratuita. Retirada de ingressos na bilheteria do teatro uma hora antes do início do espetáculo
Participações especiais:
Natalia Cortelette (poesia)
Pedro Malta, Emyr Apolônio e Pedro Henrique Miranda (coro)

Banda:
Ricardo Magris (piano)
 Kauan Junior (sintetizador)
 Gabriel Xavier (violão e guitarra)
 David Reboli (baixo)
 Rafa Ferreira (bateria)
 Henrique Ferreira (bateria)
 Afeni Nascimento (percussão)
 João Pedro Camilo (percussão)
Marcos Vinicius Camilo (percussão)

Sopros:
Ailton Junior (trompete)
 Eduardo Mariano (saxofone)
Rhyan Trindade (trombone)

Cordas:
Ana Vitória Sales (violino)
 Alice Patrício (violino),
 Maria Júlia Euzébio (violino)
Marcely Santos (viola)
Bruna Souza (violoncelo)

Patrocínio: Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura

  • REPERTÓRIO 

1. Domingo no Parque (Gilberto Gil)
Arranjo: Lindembergue Cardoso

2. Miserere Nobis (Gilberto Gil e Capinam)
Arranjo: Arthur Barreto

3. Panis et Circensis (Caetano Veloso e Gilberto Gil)
Arranjo: Augusto Ordine

4. Geléia Geral (Gilberto Gil e Torquato Neto)
Arranjo: Marcos Leite

5. Parque Industrial (Tom Zé)
Arranjo: André Protásio

6. Lindonéia (Caetano Veloso e Gilberto Gil)
Composição experimental de Igor Cowosque

7. Seção Gal Costa 
Não identificado (Caetano Veloso)
Baby (Caetano Veloso)
Mamãe coragem (Caetano Veloso e Torquato Neto)
Divino, maravilhoso (Caetano Veloso e Gilberto Gil)

8. País Tropical (Jorge Ben Jor)

9. Tropicália (Caetano Veloso)

10. Alegria, Alegria (Caetano Veloso)

SOBRE O INSTITUTO CULTURAL VALE:
O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa.

SOBRE O PROGRAMA VALE MÚSICA:
Desde o início dos anos 2000 a Vale cria oportunidades para estudantes participarem de formações musicais e desenvolverem seus talentos nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul. Em 2019, a empresa criou o Programa Vale Música, uma rede colaborativa de ensino e aprendizagem composta pelos projetos musicais dos quatro estados e as maiores orquestras do país. Ao todo, a rede envolve mais de 240 profissionais e mais de 1.000 estudantes. São parceiras do Programa Vale Música a Orquestra Sinfônica Brasileira, a Orquestra Ouro Preto, a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, a Nova Orquestra e a Orquestra Sinfônica do Estado de Sã ;o Paulo, patrocinadas pelo Instituto Cultural Vale por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
SOBRE O PROJETO VALE MÚSICA ES:
Iniciativa da Estação Conhecimento Serra, com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o Projeto Vale Música Espírito Santo atende a 250 participantes, de 07 a 29 anos, em Cidade Continental, em Serra, e 70 alunos, de 07 a 11 anos, no Núcleo do Vale Música no Parque Botânico Vale, em Vitória. O projeto conta com diversos Grupos de Referência como a Orquestra Jovem Vale Música, a Camerata Jovem Vale Música, a Vale Música Jazz Band, a Banda Sinfônica Vale Música, o Coral Infantojuvenil Vale Música e o Coral Jovem Vale Música, que se apresentam em eventos na Grande Vit&oacut e;ria e demais regiões do país. Entre os artistas que se apresentaram com o Projeto Vale Música ES estão Roberto Menescal, Fernanda Takai, Ivan Lins, Milton Nascimento, Alma Thomas, João Bosco, Indiana Nomma e Gilson Peranzzetta. As alunas e alunos do Vale Música ES percorreram o Brasil e o exterior em turnês no Carnegie Hall, nos Estados Unidos, na Sérvia, no Japão e nos Emirados Árabes Unidos. 

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