Espetáculo “IIAO”, do Projeto Badu, estreia no Museu do Negro

Primeira apresentação presencial dos adolescentes do Projeto Badu de Dança Afro-Brasileira aconteceu no dia 23 de novembro, no Mucane, dentro do recital de lançamento do álbum do professor de percussão Léo de Paula. Fotos: Fabio Prieto

Após nove meses de atividades online, o Projeto Badu de Dança Afro-Brasileira realizou sua primeira performance presencial no dia 23 de novembro, durante o recital de lançamento do CD do professor de percussão do Projeto Vale Música ES, Léo de Paula. O espetáculo “IIAO” foi apresentado no Museu Capixaba do Negro Verônica da Pas (Mucane), com a participação dos adolescentes que fazem parte do projeto desenvolvido pela Estação Conhecimento de Serra, em parceria com o Fundo Municipal da Infância e Adolescência da Serra. 

Durante o recital, o músico percussionista Léo de Paula apresentou as composições que integram o seu primeiro álbum autoral, “Grão: Território Percussivo”. Além do Projeto Badu, participaram do evento o Grupo de Percussão do Projeto Vale Música Serra, a cantora Ekaterina Bessmertnova e a coreógrafa Rapha Mel.  

O espetáculo “IIAO” tem direção artística de Rapha Mel e direção musical de Léo de Paula. A montagem aborda os temas da ancestralidade e resgate cultural a partir da representação cênica da Revolta do Queimado, ocorrida em 1849, quando negros escravizados se rebelaram por não receber a alforria prometida pela construção da Igreja de São José do Queimado. Liderada por nomes Chico Prego, João Monteiro (“João da Viúva”) e Elisiário Rangel, a insurreição tornou-se um marco da luta dos escravos pela liberdade no Espírito Santo.  

O público que acompanhou a performance pôde apreciar a junção de dança, movimentos, cores e plasticidade do Projeto Badu, que traduziu em linguagem cênica a potência rítmica de Léo de Paula e dos alunos do Grupo de Percussão do Projeto Vale Música.  

Dialeto yorubá 

Educadora social de dança do Projeto Badu na Estação Conhecimento de Serra, onde leciona aulas de dança afro-brasileira e danças urbanas para adolescentes e jovens, Rapha Mel explica que o título do espetáculo, no dialeto africano yorubá, simboliza a junção das iniciais dos quatro elementos naturais que serão representados na performance: Terra (Ilê), Fogo (Iná), Ar (Afefe) e Água (Omi). “Performamos a essência de cada elemento para falar sobre a Revolta de São José do Queimado, entre os quais ‘A construção e suas raízes’ (Terra), ‘fúria e revolta’ (fogo), ‘liberdade’ (ar) e ‘a volta para casa’ (água), representando o ponto de chegada e o de partida”, destaca a coreógrafa, responsável pela idealização e o roteiro do espetáculo. 

Diretor musical do espetáculo “IIAO” e professor do Grupo de Percussão do Projeto Vale Música ES, Léo de Paula lembrou que a apresentação conta exclusivamente com instrumentos de percussão relacionados ao universo afro-brasileiro. “O arsenal de instrumentos é composto por tambores diversos como atabaques, timbal, djembê e tambor de congo, e por instrumentos melódico-percussivos, entre os quais a marimba, handpan e rav-vast. São ritmos, melodias e texturas que têm referências da musicalidade sagrada afro-brasileira, além do vigor festivo de manifestações negras representativas”, descreve. 

  • Sobre o Projeto Badu:
     

O Projeto de Dança Afro-Brasileira Badu foi lançado pela Estação Conhecimento de Serra em 2021, com o objetivo de estimular o protagonismo dos seus usuários por meio da manifestação artística e da expressão corporal. O público-alvo é formado por adolescentes de 12 a 17 anos que moram no município de Serra e têm interesse em assimilar conhecimentos teóricos e práticos de dança. Inicialmente as oficinas eram aplicadas de forma online, em função dos protocolos de prevenção à Covid-19. Atualmente o projeto conta com 72 participantes, divididos em turmas de manhã e à tarde, com aulas realizadas três vezes por semana, nas instalações da Estação Conhecimento de Serra.  

A diretora da Estação Conhecimento de Serra, Ana Angélica Motta, observa que o Projeto Badu é fruto de uma demanda dos adolescentes nas discussões sobre diversidade e gênero. “Entre essas demandas destacam-se principalmente o debate sobre racismo e as questões relacionadas à expressão e relações com o corpo. Por isso a escolha do nome, que tem muito significado neste contexto”, pontua Ana, lembrando que Badu, no vocabulário africano, significa “criança que continua evoluindo, visando preservar a criança interior, trazendo em seu significado alguém forte e poderoso”. 

  • Sobre a Estação Conhecimento de Serra: 

Criada por iniciativa da Fundação Vale, a Estação Conhecimento de Serra é uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que atua desde 2011 na promoção dos direitos das crianças e dos adolescentes, em parceria com a Vale e a Prefeitura Municipal de Serra, compondo a rede socioassistencial. Atualmente a instituição atende a cerca de 1500 beneficiários diretos. O objetivo é contribuir para o desenvolvimento integral do indivíduo, integrado com as comunidades, deixando um legado de conhecimento sistematizado para as futuras gerações, por meio de atividades de esporte, cultura e profissionalização.  

  • Contatos
     

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